O Ministério das Relações Exteriores do Brasil condenou, nesta segunda-feira, em comunicado oficial, os recentes ataques israelenses na Faixa de Gaza, que deixaram dezenas de mortos, incluindo muitas mulheres e crianças palestinas, e exigiu a responsabilização pelas ações do regime.
“No incidente mais recente, ocorrido no campo de refugiados de Al-Nuseirat, várias crianças morreram em um ataque aéreo israelense enquanto estavam na fila para buscar água potável para elas e suas famílias. O exército israelense assumiu a responsabilidade pelo ataque e o atribuiu a um ‘erro técnico’”, denunciou.
O referido Ministério brasileiro afirmou que as consequências de tais ações são incompatíveis com as obrigações da potência ocupante, conforme o direito internacional humanitário, e devem ser objeto de uma investigação que permita determinar adequadamente as responsabilidades.
O Brasil também lamentou que esse novo número de vítimas se some aos quase 800 assassinatos ocorridos nas últimas seis semanas nas proximidades de pontos de ajuda humanitária em Gaza, que estão sob controle do regime israelense.
Após criticar que civis inocentes são vítimas das ações militares israelenses contra áreas densamente povoadas e nas filas de ajuda humanitária, o Ministério das Relações Exteriores do gigante sul-americano ressaltou que o governo do país reitera seu apelo por um cessar-fogo imediato para garantir o fim das hostilidades e o fluxo desimpedido da ajuda humanitária.
Entretanto, o ministro das Relações Exteriores do país, Mauro Vieira, confirmou que o Brasil se unirá formalmente à denúncia de genocídio da África do Sul contra o regime israelense perante a Corte Internacional de Justiça (CIJ).
"Estamos trabalhando nisso e em breve vocês receberão boas notícias", declarou o ministro em entrevista à Al Jazeera.
A África do Sul apresentou uma denúncia contra Israel com base na Convenção sobre o Genocídio no final de dezembro de 2023.
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, conhecido por seu apoio de longa data à autodeterminação palestina, acusou Israel de genocídio e comparou suas ações ao Holocausto — declarações que levaram o regime israelense a declará-lo “persona non grata” e a retirar seu embaixador de Brasília. Por sua vez, o Brasil convocou seu enviado do regime de Tel Aviv para consultas.
O escritório de imprensa de Gaza destacou nesta segunda-feira que “a água está sendo usada como arma de guerra para exterminar a população e privá-la de seus direitos mais básicos”, e informou que 112 pessoas morreram em “massacres” perpetrados enquanto estavam em filas para conseguir água potável.
O mais recente desses massacres ocorreu nas proximidades do campo de Al-Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza, onde o regime deixou doze mártires, incluindo oito crianças.
O Ministério da Saúde de Gaza informou nesta terça-feira que o número de mortos devido à agressão israelense aumentou para 58.479 e o número de feridos chegou a 139.355 desde o início da ofensiva contra Gaza, em 7 de outubro de 2023.
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